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Ras Gonguila e Maceió não mereciam esse vexame
“É vergonhoso para a escola, por se verificar que a criatividade foi submetida a uma necessidade financeira, e para a prefeitura de Maceió, submetida a interesses políticos que não condizem com as necessidades da cidade” – Josias de Souza, no UOL News, segunda-feira, 12/02/2024.
TROPEÇANDO NA AVENIDA
Indiscutível: a passagem da prefeitura de Maceió pela Sapucaí foi uma das mais comentadas do Carnaval carioca de 2024, ganhando mídia gratuita – só que extremamente negativa. O cipó de aroeira vadiou sem dó.
Ícones do jornalismo nacional como Fernando Gabeira, Josias de Souza, Ricardo Kotscho, Natália Mota – e até o direitista site “O Antagonista” – desceram a lenha na manipulação política/eleitoral e no desperdício de dinheiro público.
Ras Gonguila, coitado, morreu de novo, desaparecido numa cenografia sem originalidade, irrelevante para com o personagem do samba-enredo, enterrado pela exibição de uma ignorância pomposa sobre a cultura da capital alagoana.
GRANA ALTA, BAIXO RESULTADO
Com R$ 8 milhões do dinheiro público no bico, a Beija Flor fedeu na avenida por obra de um desfile medíocre, que lhe rendeu mísero 8º lugar, que a aproximou do rebaixamento e a excluiu do desfile das campeãs (para as seis melhores).
E tudo indica que o cofre da prefeitura de Maceió foi aliviado de uma bolada bem mais rechonchuda que esses R$ 8 milhões contratuais, pois falta contabilizar itens caros, como os custos com uma numerosa tropa de desfilantes convidados.
Quanto dinheiro maceioense foi desperdiçado? Por exemplo: a fantasia de uma das modelos teria custado R$ 500 mil para “homenagear a cultura alagoana” – em que? As fotos da moça mostram trajes imperceptíveis a olho nu.
BEIJANDO A ILEGALIDADE
Catapultada para o centro da pauta e turbinada pelo pífio desfile, a exorbitância do dinheiro público jogado na Sapucaí pela prefeitura de Maceió atraiu críticas unânimes, que focaram na questão ética – que é apenas parte do problema.
Esse imbróglio é ainda maior, pois extrapola os marcos da ética e alcança a esfera da lei, com a ave da imoralidade beijando a flor da ilegalidade. Ao MP, TC e outros órgãos, está colocada a tarefa urgente de auditar essa conta medonha.
Na avenida, desfilou uma campanha eleitoral antecipada, focada na autopromoção do candidato à reeleição e de seu principal apoiador. Pelo divulgado, o candidato teria levado influencers (21 pessoas?) para turbinar sua performance.
PÉSSIMA IMPRESSÃO
Daquele cenário esfuziante, repleto de plumas e paetês, restou a impressão de uma festança eleitoral bancada com dinheiro público. O fato é que, ao fim e ao cabo, ninguém dali – sob convite – agradeceu ao saudoso Gonguila, pois o Ras que se apresentou como rei da fuzarca foi outro.