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Jair pediu para ser preso. E agora? Só a Papuda salva

Por Enio Lins 25/11/2025

“METI FERRO QUENTE AÍ”, confessou descaradamente o bandido Jair Messias à agente policial que, na madrugada, foi acionada para verificar a destruição da tornozeleira eletrônica. Como se sabe, o ex-capitão, condenado, repousava detido na mansão onde reside – com dois andares, área construída de 400 m², piscina, jardim etc., situada no suntuoso Condomínio Solar, Setor Habitacional Jardim Botânico, Lago Sul, Brasília. Mas a mitológica criatura insiste em seguir impune, livre, leve e solto para cometer novos crimes. Não aceita, em nenhuma hipótese, pagar por quaisquer de seus muitos delitos.

HAVIA O STF
concedido ao criminoso condenado, Jair Messias, aquela confortabilíssima condição de prisão domiciliar. Um luxo. Em verdade, a prisão preventiva do ex-capitão se impunha desde antes do julgamento, posto a explícita e recorrente prática fugidia dos integrantes da facção, tipo Carla Zambelli, o filho número três, Eduardo, o apenado Ramagem etc., isso sem falar de notórios agitadores como Alan Santos, evadido desde 2020, e Figueiredinho (neto do general Figueiredo, último ditador brasileiro), este encalacrado em processos criminais desde 2019, quando teve a prisão decretada no âmbito da Operação Circus Maximus. A fuga é método usual, característico, do bolsonarismo. A detenção do mito na própria mansão, até vencidas todas as etapas processuais, foi uma benevolência da Justiça, apropriadamente combinada com o uso da tornozeleira eletrônica e de uma guarda policial postada nas proximidades.

NUMA AÇÃO COMBINADA
com o filho número um, Flávio, enquanto este agitava as redes sociais convocando “uma vigília” nas proximidades da mansão-prisão, o presidiário domiciliar, na madrugada, meteu o ferro quente ali na tornozeleira eletrônica, violando o equipamento. Imediatamente, a tentativa de inutilização foi detectada pela polícia. Mutreta frustrada e devidamente registrada num implacável e irrebatível vídeo no qual o marginal confessa candidamente o feito (voz sem os alegados “soluços imparáveis”). Mais um tiro pela culatra? Parece mais outro um golpe destinado a tumultuar o cenário, provocando a detenção, em busca da comoção do gado. Pelo sim, pelo não, uma cadeia de verdade é a melhor opção dentro das quatro linhas da Constituição. Como se sabe, a prisão preventiva é medida cautelar prevista no Artigo 312 do Código de Processo Penal, dispondo sobre a possibilidade de o juiz decretá-la como “forma de garantir a ordem pública, a conveniência da instrução criminal e a aplicação da lei penal”. No caso em tela, não existe outro passo que não seja jair trancafiando um condenado viciado em sabotar a ordem pública, em tumultuar a instrução criminal (destruindo a tornozeleira, por exemplo), além de ser notório fugitivo de suas responsabilidades.

É A PAPUDA O ENDEREÇO
mais adequado para acolher o presidiário Jair no cumprimento de sua pena. Lá, como em toda penitenciária, existe em permanente vigilância um departamento médico (ou existem as condições para instalar esse serviço no nível adequado). Lá, as vigílias de seus apoiadores não tumultuarão o funcionamento de instalações que não foram projetadas para serem presídios de longa temporada, como sedes da Polícia Federal, ou – muito menos – quartéis de polícia ou das forças armadas (lembram-se da bagunça dos acampamentos bolsonaristas clamando por um golpe militar?). São despudoradamente explícitos os objetivos da familícia de perturbar a lei e a ordem, tumultuar o País, afrontar a Justiça. Pretendem transformar a pena de um criminoso contumaz em vantagem eleitoral, ampliando seus muitos milhões de votos. Não recuarão disso porque nisso enxergam a única esperança da impunidade para toda a facção e não apenas para o ex-capitão condenado. Que a Papuda acolha o mito.

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