FOI NECESSÁRIO THE ECONOMIST, a mais famosa entre as revistas conservadoras do mundo, reconhecer a importância histórica, internacional, do processo movido contra Jair B. e seus golpistas, para a dita grande imprensa nacional vir a replicar algo tão óbvio. Mesmo os veículos brasileiros com uma correta avaliação sobre a pertinência dos processos no STF contra a intentona bolsonarista, hesitam em publicar, com as devidas palavras, na lata, como o periódico britânico fez: o Brasil “oferece uma lição de democracia para uma América que está se tornando mais corrupta, protecionista e autoritária”. Na mosca! No gigante do Norte, a justiça ianque se apequenou, coonestando com a tentativa de golpe deflagrado (e derrotado) em 6 de janeiro de 2021 por Donald Trump e seus tresloucados ativistas.

THE NEW YORK TIMES, o mais badalado diário americano, um dia depois dos britânicos, fez a mesma comparação entre a impunidade de Trump e a punibilidade de Jair B., elogiando a iniciativa brasileira. Não deixou de ouvir os críticos do STF a repetirem as surradas ladainhas contra “excessos” e “concentração de poderes” em Alexandre de Moraes... Apesar de expor certa ignorância sobre as prerrogativas constitucionais do Supremo Tribunal Federal, e sobre dispositivos legais como a prisão preventiva e as medidas cautelares, o NYT destacou “a magnitude das provas reunidas ao longo de dois anos de investigação”. E indagou se a Justiça brasileira vai continuar a desempenhar esse papel depois desse histórico julgamento. Ôxe, NYT, tá nos estranhando? Isso não tem volta.

INQUESTIONÁVEL É, que, a partir desta terça feira, 2 de setembro de 2025, o julgamento dos golpistas bolsonaristas atrai a atenção do planeta. Entra a Justiça brasileira para a história mundial, como protagonista de um poder autônomo, real. Exemplar. Esta é a verdade. E a contraposição frente à pusilanimidade da justiça americana é um gigantesco fator em benefício dos procedimentos do STF aos olhos do resto do globo. E mais: o acerto da Justiça brasileira tem sido realçado por conta do erro do governo estadunidense em tentar interferir no processo através da chantagem grosseira, exercida diretamente pelo presidente Trump. Ao determinar taxas comerciais destemperadas contra o Brasil, ao impor punições ilegais contra ministros do STF, e especialmente ao usar a draconiana Lei Magnitsky contra o Ministro Alexandre de Moraes, o inquilino autocrata da Casa Branca avaliza eticamente os encaminhamentos judiciais brasileiros.

É NECESSÁRIO O STF ir adiante, sem ódio e sem medo, com ainda mais firmeza. É hora de reafirmar a rejeição às pressões, repelir todas as chantagens, atropelar todas as ameaças. O Brasil caminha para cumprir um dever de casa nunca atendido antes: aplicar a Lei contra golpistas poderosos, julgando – mediante a imensidão de provas recolhidas – um mito criminoso (delinquente contumaz viciado na impunidade), oficiais graduados na recorrência histórica das quarteladas, e todos os demais responsáveis pelo planejamento e pela tentativa de golpe de Estado, em cuja pauta incluía assassinatos de autoridades constituídas e lideranças antiautoritárias.

ALEXANDRE DE MORAES, CRISTIANO ZANIN, CÁRMEN LÚCIA, LUIZ FUX, FLÁVIO DINO: Nas mãos de vocês está a esperança de continuidade da Democracia, e de aperfeiçoamento do Estado Democrático de Direito no Brasil. Sobre vocês pesam ameaças poderosas feitas pelo governo discricionário da maior das superpotências contemporâneas, presidido pelo oligarca Donald Trump. O Brasil e o mundo – mui particularmente a maioria oprimida dentro dos Estados Unidos pelo trumpismo –, bilhões de corações e mentes que abjuram o autoritarismo e o golpismo, confiam na coragem do STF. Avancem! Botem pra torar!