Posts

Fatos e mitos sobre o Padre Cícero Romão em discussão no Instituto Histórico

Por Enio Lins 28/06/2025

DAQUI A UM MÊS, durante os dias 23 e 24 de julho, estarão em debate as histórias e estórias sobre o padre Cícero Romão Batista, o maior dos ícones religiosos brasileiros, e uma das principais referências culturais nordestinas. Trata-se da 2ª edição do Ciclo de Debates IHGAL, promovido Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, cumprindo determinação do presidente da entidade, Jaime Lustosa de Altavilla, de ser mantido em permanente atividade o programa de ações culturais abertas ao público.

ALAGOAS SEMPRE FOI
, e segue sendo, o estado que mais envia delegações romeiras à cidade cearense do Juazeiro. Um dos maiores estudiosos do fenômeno Padre Cícero, o saudoso Padre Murilo, destacou em palestra realizada (há muitos anos), em Piranhas, que essa supremacia era histórica e até existia uma rua juazeirense conhecida popularmente como “Rua dos Alagoanos”, e que na verdade era praticamente um bairro todo formado por romeiros alagoanos que decidiram fixar residência por lá.

ESSA IMENSA DEVOÇÃO 
popular pode ser comprovada pelas reverências ao Padre Cícero em todas as cidades alagoanas, inclusive em Maceió. Referências essas multiplicadas com grande força durante todo o longo período no qual o ícone do Juazeiro esteve marginalizado pela Igreja Católica. Era uma forma de resistência desabrida à cúpula romana, um desafio – no fundo – compreendido e aceito pela imensa maioria dos párocos. Para o povo nordestino, o excomungado Padre Cícero Romão era um santo, e ponto. Em Alagoas, nunca coube discussão sobre isso. As romarias alagoanas, desde os tempos dos temerários caminhões pau-de-arara – não por coincidência denominação de uma das formas mais sofridas de tortura –, faziam e fazem, o trajeto de ida e volta ao Cariri como atividade diária. No passado recente, só a penosa viagem pagava os pecados e ainda deixava um troco para o pecador. Hoje, para a maioria das pessoas, é turismo religioso.

ASSINALAM O SEBRAE/AL E O IHGAL
que “a importância de Padre Cícero na cultura e na disseminação dos pequenos negócios pode ser medida em fatos como o registrado em fevereiro do corrente ano, quando, segundo informações colhidas junto à Secretaria de Turismo e Romarias do Município de Juazeiro do Norte, foi registrada oficialmente a presença de mais de 20.000 (vinte mil) romeiros alagoanos que visitaram a Basílica Nossa Senhora das Dores. Além desse registro oficial, estima-se uma quantidade maior de visitantes, não registrados oficialmente, demonstrando assim, a força da crença e o impacto econômico e social desta figura lendária de nossa história, motivando negócios de turismo religioso, lembranças, pequenos adereços, dentre outros”.

NOS DIAS 23 E 24,
a agenda prevê debates sobre: “Vida e Obra de Padre Cícero”, com palestra do deputado e estudioso Inácio Loiola; “Conflitos entre Padre Cícero e a Igreja Católica”, com palestra do pesquisador Marcelo Fausto; “Padre Cícero e a Economia Criativa no Nordeste”, mesa-redonda com Joaquim Cartaxo e Keyle Lima; “A experiência gerada pela Fé no Padre Cícero”, palestra do especialista, praticante, Elias Romeiro. O evento, realizado numa parceria entre o IHGAL e o SEBRAE/AL, tem a assinatura de Luiz Otávio Gomes, 2º vice-presidente e diretor de relações institucionais do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. As inscrições, gratuitas, podem ser feitas pela internet, através do link https://doity.com.br/2-ciclo-de-debates-ihgal--padre-cicero-e-alagoas-fe-cultura-e-desenvolvimento-regional.

É HORA, PORTANTO
, de você fazer parte desta romaria em direção ao Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. É bem ali, pertinho, na esquina entre a Rua do Sol e a Ladeira do Brito, no Centro da capital alagoana. E nem precisa penar na carroceria de um pau-de-arara. É só ir lá. Dias 23 e 24 de julho, às 14:30.

Charges