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Num dia da mulher, para elas, versos delas, por elas

Por Enio Lins 08/03/2025

Ó abre alas que eu quero passar/ Ó abre alas que eu quero passar/ Eu sou da lira não posso negar/ Eu sou da lira não posso negar.

Foram me chamar (ora, veja você)/ Eu estou aqui, o que é que há?/ Foram me chamar (ora, veja você)/ Eu estou aqui, o que é que há?/ Sempre fui obediente/ Mas não pude resistir/ Foi numa roda de samba/ Que eu juntei-me aos bambas pra me distrair/ Quando eu voltar à Bahia/ Terei muito que contar/ Ó, padrinho, não se zangue/ Que eu nasci no samba, não posso parar.

Não sei se me explico bem/ Eu nada pedi/ Nem a você nem a ninguém/ Não fui eu que caí/ Sei que você me entendeu/ Sei também que não vai se importar/Se meu mundo caiu/ Eu que aprenda a levantar.

Não misturo, não me dobro/ A Rainha do Mar anda de mãos dadas comigo/ E me ensina o baile das ondas/ E canta, canta, canta, canta pra mim/ É do ouro de Oxum que é feita a armadura que cobre o meu corpo/ Garante meu sangue e minha garganta/ O veneno do mal não acha passagem/ Em meu coração, Maria acende a sua luz/ E me aponta o caminho.

Os meus olhos coloridos/ Me fazem refletir/Eu estou sempre na minha/ E não posso mais fugir/ Meu cabelo enrolado/ Todos querem imitar/ Eles estão baratinados/ Também querem enrolar.

Me cansei de lero-lero/ Dá licença, mas eu vou sair do sério/ Quero mais saúde/ Me cansei de escutar opiniões/ De como ter um mundo melhor/ Mas ninguém sai de cima, nesse chove não molha/ Eu sei que agora eu vou é cuidar mais de mim.

Só vou te contar um segredo/ Não, nada/ Nada de mal nos alcança/ Pois tendo você meu brinquedo/ Nada machuca, nem cansa/ Então venha me dizer/ O que será da minha vida, oh/ Sem você.

Quando penso no teu rosto, fecho os olhos de saudade; tenho visto muita coisa, menos a felicidade. Soltam-se os meus dedos ristes, dos sonhos claros que invento. Nem aquilo que imagino/ já me dá contentamento.

Você me tem fácil demais/ E não parece capaz/ De cuidar do que possui/ Você sorriu e me propôs/ Que eu te deixasse em paz/ Me disse vai e eu não fui.

O meu coração/ Já estava aposentado/ Sem nenhuma ilusão/ Tinha sido maltratado/ Tudo se transformou.

Eu ando pelo mundo/ E os automóveis correm/ Para quê? / As crianças correm/ Para onde? Transito entre dois lados/ De um lado/ Eu gosto de opostos/ Exponho o meu modo/ Me mostro/ Eu canto para quem?

Não vou levar a minha vida toda em vão/ Nem hei de ver, envelhecer meu coração/ Eu hei de ter ao invés de paz inquietação/ Houvesse paz, não haveria esta canção.

Quem pergunta por mim/ Já deve saber/ Do riso no fim/ De tanto sofrer/ Que eu não desisti/ Das minhas bandeiras/ Caminho, trincheiras, da noite/ Eu, que sempre apostei/ Na minha paixão/ Guardei um país no meu coração/ Um foco de luz, seduz a razão/ De repente a visão da esperança/ Quis esse sonhador/ Aprendiz de tanto suor/ Ser feliz num gesto de amor/ Meu país acendeu a cor.

Mulher brasileira/ Que vai no mercado/ E pechincha na feira/ Mulher brasileira, mulher brasileira/ A bem-sucedida/ E a que está mal de vida/ Sem eira nem beira/ Mulher brasileira, mulher brasileira/ Mulher brasileira/ Cidadã brasileira/ Ela é delegada/ Ela é deputada/ Prefeita e juíza/ Uma grande mulher/ Com um grande ideal/ É o que a gente precisa.

Versos compostos (pela ordem) por Chiquinha Gonzaga, Dona Ivone Lara, Maísa, Maria Betânea, Sandra de Sá, Rita Lee, Marina Lima, Cecília Meireles, Paula Toller, Marisa Monte, Adriana Calcanhoto, Mart’nália, Leila Pinheiro, Leci Brandão. Sucessos da música brasileira, cantados pelas próprias autoras, e por outras vozes, garimpados na internet (principalmente no site letras.mus.br). Dedico a todas as mulheres batalhadoras. Em especial, para Olga Lima. Viva o Dia Internacional da Mulher!

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