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Oito décadas de terror na palestina contra os palestinos

Sendo impossível deixar de acompanhar a tragédia humanitária em curso no Oriente Médio, a maior ao longo de muitas décadas, volto ao tema. Nos itens seguintes, esse retorno é dividido em parágrafos a título de resumo, cada um, para futuras novas abordagens, pois o genocídio contra os palestinos não vai cessar tão cedo.
GUERRA DESIGUAL
Insisto: não têm, os palestinos (e seus apoiadores) nenhuma chance militar contra o estado de Israel. Não pode ser comparada, por exemplo, a guerra atual entre Rússia e Ucrânia, pois ali se batem duas potências fortemente armadas. Pode sim, repito, ser comparada a resistência palestina contra Israel, à resistência dos judeus contra o III Reich. Pode-se torcer pelos sionistas ou pelos palestinos, mas um mínimo de honestidade intelectual constata um confronto esmagadoramente desproporcional entre uma grande potência militar e uma população extremamente fragilizada. A superioridade israelense é tão brutal que permite a eliminação sumária e continuada de líderes palestinos na hora, local e forma que bem lhe aprouver. Tamanha é essa supremacia que, na execução de um combatente identificado como Yahya Sinwar, há seis dias, foi forjada uma explicação ridícula do tipo “imaginávamos estar atirando na cabeça de um palestino qualquer”.
CONTROLE TOTAL
Depois dessa morte “por acaso”, o governo israelense divulgou vídeos comprovando que acompanhava os passos de sua futura vítima há mais de um ano, desde, pelo menos, um dia antes da ação do Hamas, em 7 de outubro de 2023, quando – inexplicavelmente – comandos armados, vindos da ultra vigiada Gaza, “furaram” a inexpugnável barreira de defesa israelense e mataram muitas pessoas em Israel. Este ataque (verdadeiro) foi a desculpa perfeita para o desencadeamento do genocídio que as forças armadas israelense mantém moendo até hoje. Bem, para insistir nessa versão de contos de bruxas, resta dizer agora que esse vídeo de 6 de outubro do ano passado “foi capturado nos arquivos do Hamas”; afinal, há quem acredite em estupidezes como grupos clandestinos filmando e arquivando seus próprios segredos.
OBJETIVO PRINCIPAL
Mera justificativa é a narração sobre o “direito de autodefesa” para tentar respaldar o direito ao terrorismo praticado pelos sionistas desde os anos 40. O objetivo único nessas oito décadas de sangramento contra a população originária palestina é a é a ocupação total do território palestino. Processo esse iniciado no final do século XIX e que enveredou para o terrorismo aberto, ousado, e altamente organizado, desde o atentado contra a sede da administração do Mandato Britânico na Palestina, em Jerusalém, no dia 22 de julho de 1946 – marcando a ruptura do sionismo frente as normas internacionais. Esse caminho passou a ser trilhado, numa marcha batida, com apoio dos Estados Unidos e da (hoje finada) União Soviética, sequenciada pela declaração unilateral da criação do Estado de Israel em 14 de maio de 1948, contrariando a decisão das Nações Unidas sobre a fundação de dois estados (um palestino e outro israelense) na região. Como já dito e repetido, Israel pratica – com método e sem muita pressa – a teoria do Lebensraum (Espaço Vital) que Adolf Hitler tentou implementar, açodadamente e sem sucesso, na Europa, entre 1939 e 1945, e que custou a vida de milhões de judeus, comunistas, democratas e quem quer que tentasse resistir ao Nazismo. O extermínio de um povo considerado “raça inferior”, em simultâneo com a expropriação de seus bens materiais, segue a todo vapor na Palestina.