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17 de setembro: em 1948, um Conde é morto por terroristas na Palestina

Há 76 anos, em Jerusalém, foi assassinado Folke Bernadotte, Conde de Wisborg, nobre sueco. Era diplomata, militar, e herói da II Grande Guerra, responsável pela libertação de 31 mil prisioneiros dos campos de concentração nazistas, num notável trabalho de articulação finalizado com o salvamento de 423 judeus dinamarqueses ainda detidos no Campo Theresienstadt, em abril de 1945.
HERÓI ULTRAJADO
Mas nem esse currículo de luta contra o Nazismo, e em defesa dos judeus, impediu que o diplomata fosse trucidado pelo grupo terrorista israelense Lehi, também conhecido como Gangue Stern, numa ação comandada pelo sionista Yitzhak Shamir. Bernadotte havia sido nomeado pela ONU, em junho de 1948, como mediador internacional (o primeiro na história da organização) e designado para mediar o conflito árabe-israelense, e aplicar a repartição do território entre palestinos e judeus, conforme decidido pelas Nações Unidas. O diplomata havia formulado – com base em seus estudos no local e em suas negociações com os dois lados em luta, um projeto para modificações no plano original de partilha, corrigido o considerado falho e buscando atender, simultaneamente, às demandas mais sentidas das lideranças menos radicais dos judeus israelense e dos árabes palestinos.
DOIS ESTADOS
Aprovado pelas Nações Unidas em 1947, o projeto previa uma nação palestina e outra israelense, dividindo a área entre esses dois povos semitas. Os árabes palestinos estavam estabelecidos naquela área desde o ano 70 da era cristã, quando a maior parte da população judaica foi espalhada, à força, por diferentes regiões do Império Romano, na Diáspora. No início do século XX, campanhas financiadas pelo Movimento Sionista transportaram milhares de colonos identificados como judeus para esse território, expulsando uma população que era proprietária daquelas terras há, pelo menos, 1.830 anos. Os confrontos foram aumentando com mortes de lado a lado. Nos momentos finais da II Grande Guerra, multiplicaram-se os grupos armados de judeus em território palestino, fortalecidos pelo dinheiro americano e por armas soviéticas, pois ambas as potências – ao contrário da Inglaterra – apostavam no futuro Estado de Israel. Bernadotte se empenhou em formular propostas práticas para a viabilização dos dois estados (Palestina e Israel), atraindo o ódio dos radicais sionistas, que desde sempre, até hoje, planejam ocupar 100% do território palestino.
TERRORISTAS IMPUNES
Em 17 de setembro de 1948, um dia depois da ONU começar a analisar seu plano de ajustes para a partilha da área entre os dois Estados, Bernadotte foi emboscado pelos terroristas quando seu carro passava pelo bairro de Katamon, em Jerusalém. Ele foi atingido por seis tiros, e morreu no hospital; o coronel André Serot, francês, levou 18 balas, morrendo na hora. O crime chocou o mundo, obrigando o governo israelense a dissolver o grupo terrorista (prendendo alguns de seus líderes, logo depois anistiados, e incorporando todo o resto dos bandidos da Gangue Stern/Lehi no Exército de Israel). Yitzhak Shamir, apontado como o principal responsável pelo atentado que matou Bernadotte e Serot, seguiu carreira de sucesso como político de extrema-direita no parlamento israelense. Nos anos 80, foi eleito, por duas vezes, primeiro-ministro de Israel. Impune, livre e poderoso, o terrorista Shamir (nascido como Yitzhak Yezernitsky, em 1915, na Bielo-Rússia) morreu de causas naturais em Telavive, aos 97 anos, em 2012.
Leia mais:
>>> https://www.monitordooriente.com/20230917-relembrando-o-assassinato-pelos-sionistas-do-mediador-palestino-da-onu-conde-bernadotte/
>>> https://pt.wikipedia.org/wiki/Folke_Bernadotte