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15 de setembro: em 1588, Elisabeth I derrota a Espanha

Por Enio Lins 15/09/2024

Elisabeth I, rainha da Inglaterra, derrota, com sua marinha de guerra, a autodenominada "Invencível Armada”, esquadra enviada pelo rei católico Filipe II da Espanha para derrubar a monarca inglesa. A vitória esmagadora dos ingleses muda o curso da história do colonialismo, repercutindo no resto do mundo.

Até então, os ibéricos eram os senhores dos oceanos. O Tratado de Tordesilhas dividia entre portugueses e castelhanos todas as terras “descobertas e a descobrir” fora da Europa. Essa partilha do globo apenas para novas colônias espanholas e portuguesas foi assinada em julho de 1494, entre os reinos de Portugal e a Coroa de Castela, e sacramentado pelo Papa Alexandre VI (o famigerado Rodrigo Bórgia) em 4 de maio de 1493, através da Bula Inter Coetera.

Dona de uma poderosa marinha e de pouca terra própria para desenvolver sua economia pujante, a Inglaterra contestou essa partilha mundial para apenas dois donos. O reino de Portugal possuía um acordo de aliança militar com Londres, firmado desde 1373, ainda durante a Idade Média, mas havia perdido sua autonomia em 1580, quando Felipe II da Espanha consegue se apossar da coroa portuguesa através de um golpe. Considerando-se superpoderosos, os aristocratas espanhóis meteram-se a “cavalo do cão” e partiram para a briga com os ingleses pelo domínio total dos mares. A coroa espanhola tinha o apoio, inclusive, da Santa Sé, pois a Inglaterra havia ousado romper com Roma desde o reinado do pai de Elisabeth I, o ensandecido Henrique VIII, em 1534, e iniciado a rezar em sua própria igreja nacional, a Anglicana.

Dona da tida e havida como a mais potente marinha de guerra daqueles tempos, a coroa espanhola (castelhana) partiu a mais de mil para invadir a Inglaterra e destronar Elisabeth I, que ousava em desafiar o poder de Madrid e de Roma. Mas a “Invencível Armada” se deu mal e perdeu a grande batalha naval de 1588, com a derrota espanhola cravada no dia 15 de setembro, frente à esquadra da “rainha virgem”. Começava ali o chamado Imperialismo Inglês, que chegaria, ao longo dos próximos três séculos e meio, a dominar territórios importantes em todos os continentes, espalhando seu modelo de capitalismo, e inventando países poderosos como os Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia... Mas Portugal ainda penou o atraso reacionário de ficar sob domínio da Espanha até 1º de dezembro de 1640, quando, finalmente, proclamou sua independência - mas só plenamente consolidada depois de vencer a Guerra da Restauração Portuguesa, cujos combates se estenderam por 28 anos, até 1668.

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