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Ainda sobre os tiros em benefício da candidatura Trump

Por Enio Lins 17/07/2024

Impossível não seguir hoje comentando o mesmo mote de ontem: o atentado a favor da candidatura de Donald Trump, evento que matou uma pessoa inocente, matou o suposto atirador, e teria ferido um número incerto de assistentes no comício do candidato dos republicanos na Pensilvânia.

QUESTÕES INSTIGANTES

Lista a prestigiada BBC cinco questões em busca de respostas. Fatos tão inexplicáveis que, tal qual no caso da facada a favor de Jair Messias, em 2018, entraram para a história sob a forma de interrogações eternas. Por exemplo, na ocorrência em Juiz de Fora, dentre outras, aguarda resposta uma singela questão: como, instantaneamente, surgiram dezenas de lenços brancos (artefato em desuso) em mãos prestimosas a proteger o abdômen do ex-capitão, resultando na ocultação definitiva das imagens da suposta ferida, ou mesmo do suposto rasgo na camiseta do “mito”.

PERGUNTAS SEM RESPOSTAS

Pergunta a BBC: 1) Por que o telhado onde estava o atirador não foi protegido com antecedência? 2) Alertas sobre o atirador foram repassados? 3) O Serviço Secreto dependeu demais da polícia local? 4) O evento recebeu os recursos adequados? 5) Trump foi retirado do palco rápido o suficiente?
Sobre esses itens, resumidamente, a BBC junta elementos: 1) “Ainda não está claro como o atirador Thomas Matthew Crooks conseguiu acesso ao telhado de um prédio próximo ao comício, a pouco mais de 130 metros de Trump. De acordo com a emissora NBC News, que citou duas fontes familiarizadas com as operações do Serviço Secreto, o telhado era uma vulnerabilidade conhecida antes do evento”. 2) “Uma testemunha ocular do tiroteio disse à BBC que ele e outras pessoas haviam ‘claramente’ avistado Crooks rastejando pelo telhado com um rifle. Eles alertaram a polícia, mas o suspeito continuou se movendo por vários minutos antes de disparar os tiros e ser morto, segundo a testemunha”. 3) [segundo o jornal] Washington Post, o xerife local admitiu que houve ‘uma falha’, mas afirmou que não havia uma única parte culpada”. 4) “Washington Post relatou ter visto uma troca de mensagens na qual um ex-membro do Serviço Secreto perguntou a colegas como o suspeito conseguiu levar uma arma para tão perto de Trump. Ele teria recebido a resposta: ‘Recursos’”. 5) “Imagens do incidente mostram os agentes rapidamente formando um escudo ao redor do ex-presidente logo após os tiros, mas então parecem pausar enquanto Trump pede para pegar seus sapatos. O ex-presidente continuou cumprimentando seus apoiadores com o punho erguido”.  Leia a reportagem da BBC em https://www.bbc.com/portuguese/articles/c6p2npxpv0ko

DONALD NÃO É UM PATO

Muito vai render ainda este assunto, afinal é longa e sólida a tradição de falhas da segurança estadunidense (FBI, Serviço Secreto, polícias locais...) que facilitam atentados e têm produzido tragédias sucessivas desde o assassinato do presidente Abraham Lincoln, em 1865 – isso sem falar nos homicídios de celebridades contestadoras (que deveriam estar sob proteção) como Martin Luther King. Mas, repito, o diferencial do atentado da Pensilvânia, é que este é o primeiro dos crimes políticos americanos cujo resultado é tão-somente lucro para a “vítima”. E, tendo Trump se aproveitado de forma hollywoodiana de cada segundo (relembrando seu papel no filme “Esqueceram de mim 2”, ao lado de Macaulay Culkin, 1992) e parecendo ter ensaiado a cena da orelha baleada com seus seguranças, inclusive produzindo fotos cuidadosamente posadas durante o calor dos acontecimentos –, essa polêmica promete ficar em cartaz durante muito tempo.

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