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1º de julho: em 1766, na França, a intolerância religiosa matava mais um

Por Enio Lins 01/07/2024

Jean-François de la Barre, jovem nobre francês, é executado - no dia 1º de julho de 1766, sob a acusação de heresia e ateísmo e a “prova cabal” foi não ter saudado uma procissão católica na cidade de Abbeville. Antes de ser decapitado e ter seu corpo atirado à fogueira, o jovem, de 19 anos, foi torturado para confessar seu “crime”.

Ao ser queimado, o corpo de Jean-François de la Barre teve colocado sobre o peito um exemplar do Dicionário Filosófico de Voltaire, livro tido como “herético” pela Igreja Católica, que era a religião oficial no Reino da França.

Mesmo sob perseguição, o próprio Voltaire apelou à justiça francesa da época para reverter a condenação do jovem la Barre, sem sucesso. O episódio cruel foi mais uma arbitrariedade que se acumulou em ressentimento e ódio popular contra a aristocracia francesa e contra a posição da igreja católica como parte integrante do estado absolutista.

23 anos depois, em 14 de julho de 1789, explodia a Revolução Francesa, turbilhão que varreria do mapa o sistema autocrático francês e quebraria o sistema de “religião de Estado”. O ápice desse movimento que mudou o mundo foi a onda de condenações à guilhotina de expoentes contrarrevolucionários, aí incluso o ex-rei Luiz XVI, nobres e religiosos, dentre ouras figuras proeminentes.

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