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2 de junho: em 1964, Yasser Arafat funda a OLP

Por Enio Lins 02/06/2024

Sob a liderança de Yasser Arafat, num congresso com 422 líderes palestinos em Jerusalém, é fundada a Organização pela Libertação da Palestina (OLP), no dia 2 de maio de 1964. Para tanto, uniram-se oito grupos árabes de resistência à ocupação israelense: Fatah (ou Al Fatah/ Movimento de Libertação Nacional da Palestina), Frente Popular para a Libertação da Palestina, Frente Democrática para a Libertação da Palestina, Frente pela Libertação da Palestina, Partido Popular da Palestina, Frente de Libertação Árabe, Frente da Luta Popular Palestiniana e a Frente Árabe Palestiniana.

Em outubro do mesmo ano, Liga Árabe reconheceu a OLP como a "única representante legítima do povo palestino". O objetivo era defender o Direito à Autodeterminação da população árabe originária nas terras antes ocupadas pelo Império Otomano e posteriormente (depois da I Grande Guerra) rebatizadas como Mandato Britânico na Palestina. Exigiam a devolução das propriedades ocupadas pelos sionistas e se lançaram na resistência armada.

Era uma forma de autodefesa da população árabe-palestina, em insurgência contra a poderosa invasão israelense, iniciada com a migração em massa de estrangeiros apresentados como judeus pelo Movimento Sionista desde o início do século XX. Turbinada nos últimos anos da II Guerra Mundial pelo farto financiamento de capitalistas europeus e americanos e armamento pesado fornecido pela União Soviética, o avanço dos colonos sionistas tornou-se avassalador. Às vésperas da proclamação unilateral da criação do Estado de Israel, o quadro de superioridade bélica era brutal em relação aos países vizinhos e essa vantagem foi ampliada depois das vitórias israelenses contra os países árabes nas guerras de 1948 e 1967. Desde sempre, a luta armada dos palestinos era mera resistência, num caminho cada dia mais contraproducente.

Assim que apareceu no pedaço, a OLP foi imediatamente rotulada como “terrorista” pelo governo de Israel. Em 1988, baixou as armas e concentrou sua atividade na ação política - agora com avanços reais. Passou a defender proposta semelhante à da ONU, dos dois estados, “com israelenses e palestinos vivendo lado a lado, de acordo com certas exigências específicas, tais como fazer de Jerusalém Oriental a capital do Estado Palestino e conceder aos palestinos o direito ao retorno às terras ocupadas por eles antes das guerras de 1948 e 1967 com Israel”, lembra a Wikipédia.

Em 1993, a OLP aceitou o Estado de Israel, numa articulação revolucionária entre Yasser Arafat e o primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin. Israel reconheceu a OLP como a representante legítima do povo palestino. Rabin e Arafat assinaram compromissos que renderam a ambos o Prêmio Nobel da Paz. O Estado Palestino, finalmente, começou a ser desenhado, mas...

Yitzhak Rabin foi assassinado por um terrorista israelense em 1995, e Arafat morreu misteriosamente em 2004. A “Solução dos Dois Estados” foi relegada aos arquivos mortos. Vítima de poderosa campanha de desmoralização orquestrada pelo governo israelense, a desarmada OLP perdeu espaço junto à população palestina na Faixa de Gaza, onde o movimento “radical” Hamas ganhou as eleições e passou a jogar o jogo que interessa a extrema-direita sionista: a luta armada sem possibilidades de vitória – e que serve unicamente como justificativa para a política genocida da extrema-direita israelense.

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