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Há 48 anos, Zuzu Angel foi assassinada no Rio de Janeiro

Neste domingo completa mais um ano do assassinato de Zuleika de Souza Netto, a Zuzu Angel, uma das mais prestigiadas estilistas brasileiras de todos os tempos. Na noite de 14 de abril de 1976, uma quarta-feira, o carro que dirigia, um Karmann Ghia, foi fechado propositalmente por um veículo maior e arremessado por sobre a mureta de proteção do viaduto na saída do Túnel Dois Irmãos, no Rio de Janeiro, caindo de uma altura de cinco metros noutra estrada embaixo do ponto do atentado, matando-a.
INCONFORMISMO FACE AO TERROR
Zuzu Angel, famosa por sua carreira de sucesso, ficou mais conhecida ainda por sua luta desesperada para encontrar o corpo do filho, Stuart Angel, assassinado pela ditadura militar brasileira, em 1971, aos 25 anos, depois de barbaramente torturado. Inconformada e recusando o silêncio, a estilista dedicou o resto de sua vida para denunciar o crime. O esforço dela, incansável, desgastou internacionalmente o governo ditatorial brasileiro, cujos órgãos de terror, responsáveis pelo assassinato de seu primogênito, decidiram matá-la também. Optaram por uma simulação de acidente.
MAIS UM ASSASSINATO
Testemunhas declararam terem visto o momento em que um carro maior fechou e empurrou o automóvel de Zuzu mureta abaixo. E, informa a insuspeita Wikipédia: “em 2014, Cláudio Antônio Guerra, ex-agente da repressão que operou como delegado do Departamento de Ordem Política e Social do Espírito Santo (DOPS/ES), escreveu o livro ‘Memórias de uma guerra suja’, no qual relata diversos crimes dos quais participou e fornece detalhes de fatos históricos daquela época que incluem Atentado do Riocentro, a morte de Zuzu Angel, a morte do delegado Sérgio Fleury, atentados à bomba à sede da OAB e a redações de jornais e revistas. Guerra apontou para a presença do falecido coronel do Exército Freddie Perdigão Pereira, agente da repressão e torturador identificado por presos políticos, em foto do local do acidente que matou a estilista tirada em 14 de abril de 1976”.
POST MORTEM
Assassinaram Zuzu, mas sua luta e sua história não morreram – ganharam vida eterna em livros, músicas e filmes. Segue a Wikipédia: “Chico Buarque compôs, sobre melodia de Miltinho (MPB$), a música ‘Angélica’, em 1977, em homenagem à estilista. Em 1988, o escritor José Louzeiro escreveu o romance ‘Em carne viva’, com personagens e situações que lembram o drama de Zuzu Angel. Em 1993, a filha de Zuzu, a jornalista Hildegard Angel, criou o Instituto Zuzu Angel de Moda do Rio de Janeiro, em memória da mãe. O túnel que liga o bairro de São Conrado à Zona Sul na cidade do Rio de Janeiro foi batizado em homenagem a ela. No carnaval de 1998, Zuzu Angel foi homenageada no Sambódromo da Marquês de Sapucaí pela Escola de Samba Em Cima da Hora, com o enredo ‘Quem é você, Zuzu Angel? Um anjo feito mulher’. Em 2003, as buscas pelo paradeiro de seu filho e a sua morte rendem um episódio no programa policial Linha Direta, da Rede Globo, onde a estilista fora vivida por Zezé Polessa. Em 2006, o cineasta Sérgio Rezende dirigiu 'Zuzu Angel', filme que retrata a vida da estilista, protagonizada por Patrícia Pillar. Em 2017, seu nome foi inscrito no Livro de Aço dos heróis nacionais depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves. O jornalista e escritor David Massena escreveu, em 2019, o livro infantojuvenil ‘Zuzu’, uma fábula cordelizada que conta a história dela para crianças”.
https://www.zuzuangel.com.br/
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-57366178
https://elle.com.br/moda/100-anos-de-zuzu-angel