5 DE DEZEMBRO DE 1889 – O vapor Alagoas chega à Lisboa, conduzindo a família Bragança, recém-destituída da sinecura de proprietários da monarquia brasileira. Os Bragança continuavam no poder em Portugal desde que Pedro (I do Brasil e IV de Portugal) havia dado o golpe para assegurar para sua própria descendência as duas coroas.

Na sucessão portuguesa, Dom Pedro I (imperador do Brasil) assumira a coroa lusitana como Pedro IV de Portugal, entre março e maio de 1826, depois de derrotar o irmão, Dom Miguel, e daí passou o trono para sua filha (brasileira) Dona Maria II, que reinou entre 1826 e 1853, sucedida pelos filhos, Pedro V (1853/1861) e Luiz I (1861/1889).

Dom Carlos I, filho de Luís I, neto de Maria II, bisneto de Pedro I, havia sido coroado Rei de Portugal em setembro de 1889. Entretanto, manda logo informar que a parentalha mazomba, deposta e deportada do Brasil, não era bem-vinda à Lisboa. Além de queda, coice: os Bragança brasileiros vão para outras plagas, com escala na cidade do Porto (onde morre Dona Teresa Cristina, naquele mesmo mês). O viúvo Pedro II parte para Paris, ali morrendo dois anos depois, em dezembro de 1891.

Porém, mais trágico foi o fim de Dom Carlos I, e seu filho e príncipe herdeiro, Dom Luiz de Bragança: foram assassinados, em Lisboa, em 1º de fevereiro de 1908, nove anos depois de ter recebido e afastado de terras lusitanas seus parentes Bragança brasileiros.

Em tempo: 1) alguns relatos assinalam a data de desembarque da ex-família real brasileira como 7 de dezembro;. 2) o vapor Alagoas, então novinho em folha, ousou várias bandeiras durante a viagem Rio/Lisboa, pois os símbolos republicanos não estavam definidos e o governo português exigiu que fosse içada a bandeira da monarquia brasileira (representando os Bragança) para que o atracamento pudesse ser feito.